sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Uma nota (Mi menor), dois céus (o bom e o irreal), uma alma (que interfere em 10 outras) e três minutos (pra refletir quem é você).



Por Fábio Chapola

E é como se todo caminho fosse pleno e satisfatório. Agimos como se toda sombra fosse negra e toda luz fosse paz em via de regra.
É tão limitante crer que o escuro é só tristeza, ignoramos o fato, a escalada em sair dessa. É também limitante acordar toda manhã, pisar o pé direito, ou esquerdo, inclinar o pescoço pra cima e entender isso como única verdade da existência.

Com tanta complexidade de sentimentos ao redor do amor: a paixão, o ódio, a indiferença, a inveja, a gula (mas essa é só pros domingos a tarde comendo bolinho de chuva chocolate debaixo do cobertor com a sua metade), como podemos desleixar a mente, relacionar tudo à tão pouco, a um nome?

Viver sabendo o pós vida é como se o tempo e a letra passassem, como se a canção chegasse na sua metade e você já soubesse cada acorde que o violão vai tocar. Sem saber as proezas em que ele pode te surpreender, como se quando o violão tocasse uma nota menor, a única força causadora fosse a palheta e a alma, nesse caso, ficasse obsoleta.
Crer que o amor tem causa definida é crer que o violão é tocado por uma mão e não por uma vida.

E pra mim tudo continua fato sem certeza;
Escuro sem tristeza;
Violão a emoção
e a canção da vida uma proeza.



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Curti esse... =D
Pela fragilidade, rítmica e reflexão que ele sugere.

Pra ouvir e se sentir diferente: Bjork - Earth Intruders